
11 - Insula a Norte das termas
Nos meados do século I da nossa era, depois de terem sido já construídos os principais monumentos públicos do centro da cidade - o fórum e as termas -, os quarteirões que rodeavam uma das ruas principais foram ocupados por construções a que os romanos chamavam insulas (insulae). Compunham-se de edifícios com vários pisos (dois ou três numa pequena cidade de província como Conimbriga), que possuíam claras semelhanças com os atuais prédios de apartamentos. A modéstia das dimensões das residências e a quase completa ausência de aparato decorativo testemunha que eram ocupadas por gente de um estrato populacional e social bastante humilde (ligado ao meio indígena ou ao mundo servil), muito pouco beneficiado pela promoção romana, o que somado às ulteriores destruições sofridas após o abandono da cidade, explica a deficiente conservação das ruínas visíveis. As casas integradas nestas insulas eram casas de pátio interior, à volta do qual se organizavam vários compartimentos, sendo os do rés-do-chão frequentemente dedicados a actividades comerciais ou artesanais, como hoje também sucede. Estas atividades ocupavam, como é óbvio, a maior parte das fachadas, com lojas e oficinas abrindo diretamente para a rua. Destas casas modestas conhecemos dois exemplos instalados na vizinhança das termas, na chamada “insula a norte das termas”. Uma delas foi demolida no último quartel do séc. I, para dar lugar à esplanada de acesso às grandes termas do Sul. A outra, da qual ainda são visíveis alguns vestígios, foi completamente remodelada, apresentando na sua parte central um pátio com quatro colunas, ladeadas por um pórtico.

